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sábado, 29 de maio de 2010

Dificuldades iniciais

Diversos obstáculos tiveram de ser vencidos para a criação do parque, uma reserva onde os animais vivem protegidos em seu ambiente natural. Até fins do século 19, eles viviam livres na natureza, ocupando um amplo espaço da África Oriental. O povo local sempre conviveu bem com os animais selvagens, pastando seus rebanhos próximos a eles. Muitos até mesmo consideravam certos animais como “gado de reserva”.

Mas caçadores de animais de grande porte passaram a afluir ao país, armados de rifles, muitos deles desejosos de coletar o maior número possível de troféus de caça. Entre eles estava o ex-presidente Theodore Roosevelt, dos Estados Unidos, que veio ao Quênia em 1909 a fim de coletar espécimes para museus de história natural. Acompanhado de 600 carregadores e caçadores profissionais, abateu mais de 500 animais, enviando a pele para o seu país. Por volta da mesma época, houve outro caçador famoso, Edward, o príncipe de Gales. Foram eles que popularizaram os safáris de caça de animais de grande porte. Naturalmente, rifles eram mais eficientes e precisos do que os tradicionais arco e flecha.

A conclusão da famosa Linha Lunática, como era então conhecida a ferrovia que ligava o Quênia a Uganda, fez com que surgissem povoados em torno de Nairóbi, restringindo ainda mais a liberdade dos animais selvagens. Parecia que eles estavam com os seus dias contados.

Então, na década de 30, levantaram-se algumas vozes em defesa dos animais. Archie Ritchie, guarda de reserva florestal da época, e Mervyn Cowie, um contador, estavam entre os ativistas. Eles realizaram uma intensa campanha por meio de reuniões e da mídia, solicitando às autoridades coloniais a criação de um parque nacional a fim de reduzir — ou mesmo impedir — a destruição arbitrária de animais. O governo relutou em adotar a idéia de reservar uma região para o objetivo exclusivo de preservar a flora e a fauna numa área que estava se transformando no maior centro urbano da África Oriental.

Os esforços de conservação foram mais uma vez obstados durante a Segunda Guerra Mundial, quando as sessões de treinamento das tropas danificaram ainda mais o local onde hoje fica o parque. Os animais também sofreram baixas na guerra. A presença constante de soldados na área fez com que eles perdessem o medo do homem, aumentando a probabilidade de passarem a devorar pessoas. Para prevenir esse tipo de tragédia, alguns deles, como a famosa leoa Lulu e seu belo bando, foram mortos.

No entanto, quando as autoridades se tornaram mais favoráveis, muitos obstáculos foram vencidos e os conservacionistas conseguiram suas reivindicações. Finalmente, depois de um longo e tumultuado período de deliberação, criou-se o Parque Nacional de Nairóbi, o primeiro do gênero na África Oriental. O parque foi inaugurado em 16 de dezembro de 1946, por Sir Philip Mitchell, na época o governador colonial do Quênia.

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