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sábado, 29 de maio de 2010

Paraíso dos visitantes

Em comparação com outras reservas da África Oriental, o Parque Nacional de Nairóbi é relativamente pequeno. Calcula-se que abranja uma área de 117 quilômetros quadrados, e a entrada principal fica a menos de 10 quilômetros do centro de Nairóbi. Mas a fama se deve justamente ao seu tamanho. Poucos lugares na Terra oferecem ao visitante a vista panorâmica proporcionada por essa reserva natural — um contraste raro entre a cidade em rápido desenvolvimento e as savanas africanas.

Visto que a área é pequena em comparação com outros parques e reservas, é possível observar uma concentração bem maior de animais de grande porte, com exceção do elefante. Existem ali 100 espécies de mamíferos e mais de 400 espécies de aves. O parque fica perto da rota de aproximação para o aeroporto internacional de Nairóbi.

Quem visita Nairóbi pode pegar um carro saindo do conforto de um hotel moderno na cidade, passar por impressionantes prédios de escritórios e chegar em questão de minutos a milenares planícies, matagais e florestas. Ali, podem-se ver leões e outros predadores em ação. A vista desses animais perseguindo a presa, tendo como fundo um perfil de reluzentes arranha-céus urbanos, é uma cena marcante.

A vida selvagem prolifera no parque. Há búfalos, leopardos, guepardos, girafas, macacos, centenas de antílopes e o raro rinoceronte-negro, ameaçado de extinção. A maioria deles são residentes permanentes. Na estação seca, que vai de fevereiro a março e de agosto a setembro, grandes rebanhos de animais migratórios, como os gnus, podem ser vistos ao redor dos muitos bebedouros.

Em alguns desses locais, apropriadamente conhecidos como bebedouros dos hipopótamos, grupos desses gigantes corpulentos ficam submersos o dia inteiro, saindo para se alimentar à noite. Perto dali há trilhas naturais onde a pessoa pode deixar o veículo e dar uma caminhada. Mas cuidado: esses passeios podem ser muito perigosos, uma vez que alguns bebedouros abrigam crocodilos predadores, que costumam ficar deitados nas margens, sendo despercebidos por visitantes incautos! Para evitar ser almoço de crocodilos, é bom andar na companhia de guardas do parque.

A relação ornitológica parece uma lista de “quem é quem” do mundo das aves. O avestruz — a maior ave viva do mundo, com os seus mais de dois metros de altura — é um morador antigo do parque. O mal-afamado abutre plana nas alturas dos céus urbanos, cumprindo sua missão de ave necrófaga. Essa ave desajeitada é um eficiente agente sanitário do ambiente natural, eliminando qualquer carniça que poderia contaminar outros animais com bactérias prejudiciais.

Ocasionalmente, você talvez aviste um secretário, assim chamado porque possui na parte posterior da cabeça um penacho que lembra as penas usadas antigamente pelos secretários. Sempre com pressa, o secretário parece estar correndo de um compromisso para outro. Outras aves incluem a ave-martelo, o grou-coroado, o jabiru-africano e a garça-boieira.

A reserva, embora relativamente pequena, é uma obra-prima ecológica. No lado ocidental a floresta ocupa quase 6% da área, e a precipitação pluviométrica é de 700 milímetros a 1.100 milímetros por ano. Nesse trecho da mata vê-se uma profusão de árvores, que incluem a Calodendrum capense e a bela cróton. Enormes planícies, vales e elevações cobrem as partes sul e leste, onde a precipitação pluviométrica oscila entre 500 e 700 milímetros anuais. Espécimes vegetais como Themeda triandra, balanites, Acokanthera schimperi e diversos tipos de acácias conferem ao local todas as características das savanas.

Os magníficos paredões de pedra maciça que descem uns 100 metros até o chão do vale representam um desafio para os praticantes de rapel — pelo menos aos que se dispõem a se aventurar ali.

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