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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dejeções Caninas — Fonte de Moléstias?

Conforme aumenta o número de cães, igualmente aumentam suas dejeções. Um cão grande eliminará uns quinhentos e cinqüenta gramas de fezes por dia, mas a média para todos os cães é de uns trezentos e cinqüenta gramas. Isto equivale a mais de 60.000 toneladas de dejetos sólidos apenas dos cães da cidade de Nova Iorque, e isso não inclui milhões de litros de urina! Podem tais resíduos orgânicos provocar moléstias?

Podem, sim! Por exemplo, podem espalhar a leptospirose, que nos humanos é usualmente chamada de doença de Weil ou febre de rato. Calcula-se que 50 por cento de todos os cães do mundo tenham ficado afligidos de leptospirose uma vez ou outra. Os humanos podem ficar infetados pelo contato com excreções caninas, especialmente a urina. Comentando esta doença, Preventive Medicine and Public Health (Medicina Preventiva e a Saúde Pública), editada por Philip E. Sartwell, observa:

“A leptospirose é mundial na distribuição. À medida que a consciência clínica aumenta e os métodos de diagnóstico de laboratório são mais comumente empregados, torna-se evidente que a leptospirose humana é muito mais comum do que antes se pensava. Devido à diversidade das manifestações clínicas nas formas mais brandas da doença sem icterícia, ela escapará de ser detectada a menos que se obtenha a ajuda dum laboratório. As descobertas clínicas talvez se limitem ao aparecimento abrupto de febre acompanhada de calafrios, dores de cabeça, vômitos e dores nas extremidades, nas juntas e nos músculos. A recuperação ocorre dentro de uma semana a dez dias.

Em alguns lugares, os cães ficaram infetados com tênias do gênero Echinococcus. Os ovos destas tênias são expelidos nas fezes dos cães. Pessoas que afagam cães contaminados, ou são lambidas por eles, podem contrair nas mãos estes ovos microscópicos, e, se forem ingeridos, podem provocar a doença hidátide, ou hidatidose. Vacas e porcos são assolados por esta doença no Uruguai, e cerca de 500 casos humanos de hidatidose são diagnosticados ali a cada ano, e cerca de cinqüenta pessoas morrem.

A doença hidátide se estende por toda a parte meridional da América do Sul, pelo sul da Austrália, Tasmânia, Nova Zelândia, África, Oriente Médio, onde mais ou menos com freqüência ocorre no homem. Há uma surpreendentemente alta prevalecência da moléstia na população esquimó e índia do Canadá, mas é raramente baixa na América do Norte.

Os cães contraem estas tênias por comerem os órgãos internos de gado ou porcos infetados, que tenham as diminutas cabeças dos pequenos vermes. Estas cabeças ficam presas às paredes dos intestinos dos cães e atingem a idade adulta, alcançando não mais de seis milímetros de comprimento. O cão pode ser hospedeiro de muitos milhares destes vermes adultos, e elimina um milhão de seus ovos por semana!

Se tais ovos forem ingeridos pelo hospedeiro intermediário — tais como os humanos, gado vacum ou suíno — incubam-se nos intestinos, penetram pelas paredes intestinais e viajam a vários órgãos e tecidos, especialmente o fígado. Ali o cisto hidátide se forma, em que o embrião se desenvolve na cabeça da tênia. Embora um verme adulto não se forme num hospedeiro intermediário, a formação de cistos pode deixar doente ou até mesmo matar o hospedeiro, quer homem quer animal.

Assim, os cães que possuem estas tênias são uma fonte de infecção potencial para outras criaturas. Podem constituir verdadeiro perigo para a saúde. Mas, serão também perigosos os cães que possuem outros tipos mais comuns de vermes?

Embora em geral não se achava que fossem, é interessante observar o que Scientific American, de setembro de 1966, disse: “Os cães e os gatos talvez constituam ‘considerável perigo para a saúde pública’, concluíram três pesquisadores na Inglaterra, depois de estudarem a infecção de humanos com vermes intestinais que são comuns aos bichinhos domésticos de estimação. Os ovos dos vermes, Toxocara canis e T. cati, podem ser transmitidos aos humanos. . . .

“Os estudos na Inglaterra e nos EUA indicam que um de cada cinco cães e gatos domésticos abriga o verme intestinal em pauta, e a proporção é aparentemente muito maior nos Trópicos. Os pesquisadores concluem que a toxocaríase atinge considerável número de pessoas, que pode, provavelmente, espalhar a poliomielite e provocar a epilepsia e que bem que poderá estar ligada a várias outras doenças, especialmente nos Trópicos.”

Não deveria ser surpresa de que as dejeções intestinais dos cães pudessem transmitir organismos causadores de doenças, e que estes pudessem infetar os humanos. Pois não são os próprios humanos, com freqüência, transmissores de moléstias? Sim, e, por essa razão, adequada rede de esgotos é considerada vital a fim de eliminar seus resíduos potencialmente perigosos.

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