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quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Hibernação




Para muitas criaturas, o melhor modo de lidar com o inverno é passá-lo dormindo, todo ele ou pelo menos parte dele. Assim, quando chega o inverno e os humanos se ocupam em patinar no gelo sobre um charco, não vêem nenhuma rã por ali. Isto se dá porque as rãs, como várias outras criaturas de sangue frio, foram dormir durante o inverno. As rãs encontram uma boa cama para si na lama não congelada no fundo de seu charco favorito. Mas, antes de fazerem isso, comem bastante, de modo que, uma vez comecem a dormir, não sintam nenhuma necessidade de preocupar-se com suas refeições.

As cobras, nos climas setentrionais, também encontram um bom lugar para tirar uma soneca quando chega o inverno. Procuram troncos ocos ou uma cama debaixo dum cepo. Uma caverna ou covil nas rochas também constitui excelente lugar de repouso. Certas cavernas quase se tornam um hotel para as cobras. Nas montanhas de Pensilvânia, EUA, encontrou-se um covil que alojava quase 200 cascavéis e trigonocéfalos.

Comendo bem antes de chegar o inverno, as cobras vivem de sua gordura durante seu cochilo hibernal. Ao ir decorrendo o inverno, naturalmente, consomem sua gordura. Assim, em fins de inverno, um naturalista certa vez viu cortadores de lenha acordarem enorme cascavel em sua pousada sob enorme lenho. Durante seu sono, a cascavel tinha usado tanto de sua gordura que, como disse o naturalista, a pele da cobra “estava quase que tão solta como se estivesse dependurada dos lados dum elefante”.

Há também várias criaturas de sangue quente que cochilam durante o inverno. Tome, por exemplo, a marmota monax (ou marmota-do-canadá). A Sra. Monax cava um abrigo e assegura sua privatividade por selar sua câmara de dormir com terra retirada dos fundos do abrigo. Daí, enrola-se como uma bola e dorme, às vezes até seis meses! Os naturalistas conseguiram tirar algumas monax que cochilavam e verificaram que estes hibernadores só respiravam cerca de doze vezes por hora. A pulsação deles talvez caia de sua taxa normal de cerca de oitenta ou noventa batidas por minuto para cerca de cinco ou menos. E a temperatura do animal talvez caia para cerca de 4,4° C. Uma vez adormecida, a Sra. Monax torna-se insensível ao som ou tato. Poderá rolá-la pelo chão, por exemplo, sem acordá-la. As monax não sabem o que é insônia!

Este sono profundo parece tornar os hibernadores imunes a muitos perigos. Por exemplo, colocou-se debaixo d’água por mais de vinte vezes, sem que se afogasse, um porco-espinho que cochilava. E os cientistas colocaram uma marmota adormecida num vaso à prova de ar, cheio de bióxido de carbono. Notável foi que comprovaram que este hibernador não sofreu nenhum dano depois de quatro horas. Tão profunda é a hibernagem de tais criaturas que o despertar é um processo lento que exige prolongada exposição ao calor. Talvez o recorde de hibernação de todos os tempos tenha sido registrado por um filhote fêmea de esquilo que dormiu 33 semanas do ano! Apenas dezenove semanas de atividade, e então de volta para o sono de novo!

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