DVDs - Submarino.com.br

terça-feira, 20 de abril de 2010

Macaco Vê, Macaco Faz




Subimos uma ladeira até as jaulas dos macacos instaladas numa encosta.

“O velho ditado: ‘Macaco vê, macaco faz’, não é apenas conversa fiada. Os macacos têm de observar outros macacos a fim de se tornarem macacos. Muita coisa que fazem, desde ajuntar alimento até os hábitos de dormir, o comportamento sexual e o relacionamento no bando — é tudo observado e aprendido. Veja ao redor. Temos casais de macacos por toda parte, mas você não vê um filhote. Nenhum deles é capaz de se reproduzir normalmente, porque nunca viram como se faz isso.

A esta altura Martine parou para dar ordens a alguns trabalhadores.

“Quantos trabalham aqui com vocês?”, perguntei.

“No momento, 10. Oferecem voluntariamente seu tempo e trabalham em troca de casa e comida.

“Veja aqui”, continuou, “uma macaca que estava completamente sem pêlos quando nos foi trazida. Estivera sentada numa pequena jaula, e a senhora que a possuía passava a maior parte de seu tempo sentada ao seu lado. Estava sempre sentada, comendo e dando de comer à macaca, que também se sentava e comia. Por oito anos ambas estiveram sentadas e comendo. A mulher pesava uns 135 quilos, e a macaca chegou a pesar quase 23 quilos. A macaca sentia-se também enfadada, de modo que, quando não estava comendo, arrancava os pêlos de seu corpo todo. Ela está conosco há quatro anos, e a maior parte do pêlo dela já cresceu de novo.”

Olhando para outro lado, vi uma construção em andamento. “Que será aquilo?”

“Um hospital. Quando estiver acabado todo trabalho veterinário poderá ser feito aqui.”

“Você é veterinária?”

“Não. Minha mãe achava que isso não era uma boa profissão para senhoritas delicadas. Ela entretinha a esperança de que quando eu crescesse, me tornasse tal espécie de senhorita. Infelizmente, o desejo dela não se realizou, mas eu era uma moça obediente e não quis desobedecer a minha mãe. E ela disse que de modo algum eu me tornaria veterinária. Assim me tornei aquilo que sou atualmente, seja lá o que for.”

Nesse momento terminou nossa excursão, e Martine convidou-nos à sua casa e de seu marido, situada no parque. Serviu-nos bebidas geladas — um prazer refrescante naquela quente tarde de agosto.

Nenhum comentário: